Luther der Ketzer (Volker Reinhardt)

Abaixo transcrevo, em tradução minha, um trecho de uma resenha/descrição do livro Luther, der Ketzer: Rom und die Reformation, de Volker Reinhardt (C. H. Beck, München, 2016), encontrado no site da Amazon DE (Alemanha). Ele é relevante ao artigo que acabei de publicar com o títlo “Reformar a Igreja ou Criar uma Nova?”

Eis o trecho da resenha:

“Documentos até recentemente ignorados na Biblioteca do Vaticano revelam detalhes de como Lutero era percebido a partir de Roma. Reinhardt nos mostra em seu livro como essas revelações nos fornecem um novo modo de ver a Reforma, cujas causas mais profundas, e que ainda subsistem até hoje, têm que ver com ódios e desentendimentos entre, de um lado, “italianos cultivados”, e, de outro, “alemães bárbaros”. Nesse novo modo de ver as coisas, Lutero mantém um ódio inflamado do Papado, que ele chama de “a Porca do Diabo, a Besta”; os teólogos romanos, por seu turno, não conseguem entender que outra coisa aquele monge grosseiro e incrivelmente presunçoso poderia querer além de destruir o Papado; e os piedosos príncipes alemães tiveram suas próprias razões para dar apoio à pregação de ódio de Lutero. Visto dessa ótica, o caminho que levou à divisão da igreja não teve que ver com disputas teológicas, que, de resto, quase ninguém entendia na época em que ocorreram. Reinhardt nos mostra, com base de documentos romanos relacionados a Lutero que até aqui haviam sido negligenciados que as verdadeiras razões para a divisão da fé jazem além de questões relacionadas à fé. Reinhardt reconstrói, pela primeira vez, agora a partir do ponto de vista de Roma, os grandes encontros entre Lutero e representantes do Papado, que até aqui sempre foram, na leitura corrente, interpretados pelos protestantes de forma meio romântica e idealizada. Ao fazer isso, ele explica porque os Papas inicialmente não levaram muito a sério o perigo representado pelos acontecimentos na distante Alemanha, e remove uma cortina que esconde, por detrás, um quadro surpreendente de lutas entre mentalidades e interesses que acabaram por mudar o mundo ocidental.” [1]

NOTA:

[1] Eis o texto original da resenha: “Bisher unbeachtete Akten in den Vatikanischen Archiven lassen erstmals detailliert erkennen, wie Luther von Rom aus wahrgenommen wurde. Volker Reinhardt zeigt in seinem bahnbrechenden Buch, wie sich daraus ein ganz neues Bild der Reformation ergibt, deren tiefere, bis heute nachwirkende Ursachen in Hass und Unverständnis zwischen „kultivierten Italienern“ und „barbarischen Deutschen“ liegen. Luther hegte einen flammenden Hass auf „des Teufels Sau, den Bapst“. Die römischen Theologen wiederum verstanden nicht, was der grobschlächtige, unendlich eitle Mönch anderes wollte, als das Papsttum zu zerstören. Und fromme Fürsten in Deutschland hatten ihre eigenen Gründe, den wortgewaltigen Hassprediger zu unterstützen. So war der Weg zur Kirchenspaltung früh vorgezeichnet – ganz unabhängig von den theologischen Disputen, die schon damals kaum jemand verstand. Volker Reinhardt zeigt anhand bisher vernachlässigter römischer Quellen über Luther, dass die wahren Gründe für die Glaubensspaltung jenseits der Glaubensfragen liegen. Er rekonstruiert erstmals die großen, von Protestanten mythisch verklärten Begegnungen zwischen Luther und dem Papsttum aus römischer Sicht, zeigt, warum die Päpste das Geschrei im fernen Deutschland oft nicht ernst nahmen, und zeichnet ein erstaunlich neues Bild von dem Kampf der Mentalitäten und Interessen, der die Welt verändert hat.” Vide https://www.amazon.de/Luther-Ketzer-Rom-die-Reformation/dp/3406688284/.

Em Salto, 27 de Maio de 2017.

 

 

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